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BIOGRAFIA
Keyla Sobral

Artista Visual e Mestre em Artes pela Universidade Federal do Pará. Atualmente é Doutoranda em Artes pela UFPA. Ela trabalha com diversas linguagens, entre vídeos, desenhos, instalações em neon, tendo a palavra e a autoficção como norteador estético, a palavra como suporte poético, expandindo e atravessando sentidos. Como artista tem participado de exposições e projetos no Brasil e no exterior, como: Eu, mesmo sem farol, segui, Espaço Cultural Silveira Athias, Belém, 2023; Matéria Difusa, um olhar sobre a coleção MACRS, Rio Grande do Sul, 2022; Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, 2021; Praia, Galeria da Gávea, Rio de Janeiro. 2019; Triangular arte deste Século, Casa da Cultura da América Latina, da Universidade de Brasília, Brasília, 2019; Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, Museu do Estado do Pará, 2019; Salão Arte Pará 2019, Deslendário Amazônico. Museu do Estado do Pará, 2019; Experiência Vertigem, Museu da UFPA, Belém 2019; Outra Margem Outro Um, Casa das Artes, Belém, 2018; O Designo e a Matéria (Sesc Juazeiro do Norte, Alagoas e Fortaleza) – 2018; Salão Arte Pará – 2017; Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia – 2017, 2014 e 2011; O Designo e a Matéria (Sesc Palmas e São Paulo) – 2017; No Limite/ Am Limit, Museu da UFPA – 2017; Extremos, Galeria Guaçuí, Juiz de Fora – 2017; Amazonian Video Art, The Centre for Contemporary Arts – Glasgow, Escócia – 2016; Para ver se o tempo volta,Galeria Fauna, São Paulo, 2015; Alastramento, Ateliê 397, São Paulo, 2015; Meu Coração (Teu) Território, projeto premiado com o edital Bolsa FUNARTE de Artes
Visuais 2014 – 2015, entre outros.

Entre Premiações, Bolsas e Residências, destaca: Prêmio Bolsa de Pesquisa e Criação da Fundação Cultural do Pará (2018), Menção Honrosa no 35o Salão Arte Pará 2016, Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais – 2014; Residência Artística do Centro Cultural São Paulo, sendo realizado no Instituto Hilda Hilst e Atelier Aberto em Campinas – SP – 2014; Bolsa de pesquisa, criação e experimentação – Instituto de Artes do Pará – 2014; Prêmio Mídias Locativas Vivo Art Mov Eco Região Amazônica – 2012; Prêmio Aquisição Salão Pequenos Formatos Unama – PA – 2012; Prêmio Aquisição do Salão Arte Pará – 2011; Bolsa de Pesquisa, Criação e Experimentação – Instituto de Artes do Pará – 2011; Bolsa de Pesquisa em Arte da Fundação Ipiranga – 2009; Bolsa de Residência artistica – IAP + Kunsthaus; Alemanha- 2006. Mapeada pelo projeto RUMOS ITAÚ CULTURAL – 2005/2006. Atua ainda como curadora independente, sendo atual curadora adjunta da Coleção Amazoniana de Arte da UFPA; curadora adjunta do Arte Pará 2019 (Exposição Deslendário Amazônico); Presença em Coleções: Casa da Cultura da América Latina, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Sesc Nacional, Amazoniana de Arte, Museu Casa das Onze Janelas e Fundo Z.

Participou do Pivô Satélite 2023.

Keyla Sobral
CASO VOCÊ ESQUEÇA MEU NOME

A intervenção do tempo

As palavras-imagens criadas pela artista Keyla Sobral se tornaram presentes na cidade de Belém PA em duas ruas de fluxo intenso de trânsito. A intervenção CASO VOCÊ ESQUEÇA MEU NOME em duas placas de led ficaram no decorrer de quinze dias ativando 360 inserções diurnas e noturnas.

Longe de sentir tédio, à medida que a projeção avançava e desacelerava, o ritmo também variava, gradualmente atingindo o clima psicológico da quietude e da lentidão da madrugada. Essa sensação de tempo se esticava e se encolhia, em sintonia com a velocidade dos carros e os movimentos da vida, todos implicitamente presentes na luz simbólica da frase em verde em contraste com o fundo preto da tela.

Posso afirmar que o tempo foi eficientemente estendido no decorrer da luz do dia e passou de curto-circuito visual para atingir uma nova extensão através da velocidade, da polifonia reproduzida em sons e, na perspectiva do meridional que é o tempo fora do tempo, ora flexionado, ora desenfreado, se misturou com a visibilidade e a invisibilidade. No entanto, manteve um desejo intrínseco de grito, de clamor de uma narrativa que saiu do particular para se tornar pública, marcando sua presença dizendo: ‘Estou aqui, caso você esqueça meu nome’.

Keyla aponta questões acerca de ritmos reconfigurados para além do anacronismo que aparentemente está ali circunscrito, no suporte da placa do led, e propicia uma avivada tomada de consciência de desejos lacanianos em que o nosso desejo é, sim, reconhecido no desejo do outro que provoca a sensação de incompletude que contamina a cidade com a perspectiva de modernidade que não tem um tempo contratual.

A trilha sonora Olha bem pra mim, da nossa rainha do tecnomelody Vivi Batidão  no vídeo final que foi editado dos dias e noites da intervenção de Keyla, atravessa e inventa novos desejos que não podem serem evitados e escreve o grafo: aqui existem sentimentos de presença e ausência, sim. Existem sentimentos de melancolia e presságio de algo que não se esgota. As batidas do som marcam tempos de Kairós e   a letra da música de Vivi reforça: ‘Não dá mais para esperar, o tempo castiga‘.

O que se viu na intervenção de Keyla permanece suspenso e arremessou dispositivos de desejos e medos, sentimentos e sentidos que foram ativados num instante que atravessou a estrada urbana. 

Vânia Leal

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