Ria Pacquée

As long as I see birds flying I know I am alive, 2015

20 a 25 de Outubro

Assistindo ao poderoso vídeo de Pauline Boudry e Renate Lorenz, fiquei impressionado com suas referências em camadas à dissidência, protesto e resistência. Sua localização no espaço público é particularmente notável nestes tempos de confinamento e isolamento doméstico. O espaço público, com sua implícita abertura e promessa de interações dinâmicas, muitas vezes nos foi negado neste ano. No entanto, apesar dessas limitações, várias formas de protesto e reunião coletiva ocorreram nas ruas em todo o mundo. Pensar nesses lugares me levou a um uso mais poético do espaço público na obra de Ria Pacquée, uma artista belga da coleção ARGOS, que explora a vida pública como uma construção dinâmica por meio da qual as identidades são moldadas.

Em As long as I see birds flying I know I am alive (Enquanto vejo pássaros voando, sei que estou viva), Pacquée reúne gravações feitas predominantemente em espaços públicos de Paris, Katmandu, Atenas, Istambul, Bruges, Nova York, Varanasi e Antuérpia. Ao justapor imagens do sagrado com aquelas de natureza mundana, ela enfraquece o potencial antropológico e científico de seu material – uma estratégia desorientadora freqüentemente usada pela artista em outros lugares. Dois elementos recorrentes, nuvens de fumaça flutuante e pássaros rondando, evocam uma atmosfera onírica e ameaçadora que faz até o gesto mais comum parecer parte de um ritual antigo, destacando esses motivos dos reinos geoculturais aos quais pertencem.

Niels Van Tomme, ARGOS

Ria Pacquée (Bélgica) é uma artista baseada na Antuérpia.

Selecionado por ARGOS (Bruxelas)

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A River Waits Reply

Mostra de vídeos desenvolvida em parceria entre sete organizações artísticas internacionais, A River Waits Reply (Um rio espera resposta, em tradução livre) apresenta trabalhos de imagens em movimento de todo o mundo como uma resposta poética a este ano sem precedentes. É um ano que convida a novas formas de intercâmbio à distância e a um acerto de contas há muito esperado com a profunda desigualdade social e política que exige novas formas de solidariedade. Todas as sete instituições hospedarão simultaneamente cada vídeo em seus sites pela duração de uma semana, com a mostra se estendendo por sete semanas no total. Cada obra foi selecionada por uma organização parceira em resposta aos vídeos que a antecederam, produzindo uma sequência em cascata e um rio de pensamento sinuoso, interpretado através dos valores estéticos e sociais de seu respectivo contexto cultural.

O título da mostra foi tomado emprestado de um poema de Emily Dickinson.

Artistas

(em ordem de exibição)

Pauline Boudry & Renate Lorenz
Ria Pacquée
Miguel Calderón
Beatriz Santiago Muñoz
David Hartt
Martha Atienza
Pooja Gurung & Bibhusan Basnet

Colaboradores

Argos, Bruxelas
Gasworks, Londres
Kadist, São Francisco & Paris
MOCA Toronto
Museo Tamayo, Cidade do México
Para Site, Hong Kong
Pivô, São Paulo