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BIOGRAFIA
Ventura Profana
Filha das entranhas misteriosas da mãe Bahia, donde artérias de águas vivas sustentam em fé, abunda. Ventura Profana (Salvador, 1993) profetiza multiplicação e abundante vida negra, indígena e travesti. Rompe a bruma: erótica, atômica, tomando vermelho como religião. Doutrinada em templos batistas, é pastora missionária, cantora evangelista, escritora, compositora e artista visual, cuja prática está enraizada na pesquisa das implicações e metodologias do deuteronomismo no Brasil e no exterior, através da difusão das igrejas neopentecostais. O óleo de margaridas, jibóias e reginas descem possante pelas veredas até inunda-la em desejo: unção. Louva, como o cravar de um punhal lambido de cerol e ferrugem em corações fariseus.
Ventura Profana
23 SET - 28 OUT

Parábolas podem ser encontradas na literatura, nas imagens, nas formas como nomeamos objetos e nos nomes próprios. Ventura Profana é, desde seu nome provocador, uma investigadora das parábolas. Seu olhar se volta para as narrativas bíblicas, as arquiteturas de tabernáculos que estão por vir, as muitas iconografias que compõem as culturas de massas nas quais o cristianismo está incluído, os versículos bíblicos que rimam com os refrões de suas músicas.

Na sua ocupação proposta para o Pivô Satélite, a artista dá prosseguimento ao seu interesse pela colagem e justaposição de imagens que complexificam as narrativas em torno do evangelismo no Brasil e no mundo – quais as relações entre os campos de futebol e os cordeiros de Deus?

Sobre fotografias de seu corpo e closes das imagens de miniaturas do Cristo Redentor destruídas, a artista escreve: “vem e verás ainda abominações maiores do que estas”, citando Ezequiel 8:15. Estar em comunhão é estar engajada em um ato de amor; é sobre esse caminhar coletivo que versa o vídeo “Tabernáculo da edificação”, grand finale de sua ocupação. As imagens se iniciam com a voz da avó de Ventura Profana dizendo “Meu Pai, como é gostoso evangelizar”. Como é gostoso ver, no decorrer do vídeo, o gozo da artista em construir o seu próprio templo, em um movimento contrário à cisnormatividade e à branquitude, ao lado de suas amigas Bianca Kalutor e Rainha F. Para se edificar é essencial estabelecer uma comunhão de nossas mãos, vozes e trilhas – que, como conversam Ventura e sua avó ao final do vídeo, muitas vezes não devem ser um caminho fácil. A poética da artista, portanto, parece ser uma poética das edificações. Que o público possa aprender com seus gestos e sua coragem para edificar seus próprios templos.

FICHA TÉCNICA

INESQUECÍVEL 

Com Bianca Kalutor
Rainha F.
e Raphael Cruz;

Roteiro, produção executiva e direção geral:
Ventura Profana

Co-Direção Cinematográfica:
Diego Paulino

Direção de Produção:
Eloá Souto

Produção:
Thaina Iná

Fotografia:
Igor Furtado

Operador de Câmera:
Arthur Medina

Direção de arte:
Alex Lemos

Figurino:
Julliana Araujo

com assistência de:
Juan Romar

Beleza:
Lívia Costa

Pintura Corporal:
Tapixi Guajajara

Mural do Tabernáculo:
Byula

Cabelo:
Janice Mascarenhas

com assistência de:
Gabriel Simon e Ludmila

Montagem e Edição:
Nini Cartaxo
Mariana Mayrink

Trilha Sonora:
HEMP

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