A partir da cooperação entre a Salta Art e o Pivô, o artista português Diogo da Cruz, baseado em Lisboa e Munique e em período de residência no Pivô de São Paulo, aterrissou no Pivô Salvador em 06 de outubro para uma estadia de doze dias de investigação e produção artística. A residência acontece em colaboração com Fallon Mayanja, artista sonora e performer francesa com quem Diogo vem trabalhando nos últimos anos na criação de esculturas e performances sonoras inspiradas em diálogos sobre a memória da história colonial e a extração insustentável de recursos naturais. Após o período em Salvador, ambos voltam ao Pivô em São Paulo para continuidade e finalização da residência no Brasil. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Junto ao Pivô, tanto em São Paulo quanto em Salvador, Diogo e Fallon iniciam uma nova fase do projeto audiovisual AXECIDYR, uma série de ficção científica que estabelece uma conexão entre a lenda afrofuturista da civilização Drexciya e os complexos desafios da mineração em alto mar. Tendo os dois primeiros episódios sido filmados na Europa e no Arquipélago dos Açores, o terceiro episódio pretende deslocar o foco para o litoral do Brasil, explorando especificamente a história dos crimes coloniais e as atuais iniciativas de extração de recursos naturais que espelham uma violência histórica. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀

Diogo da Cruz é um artista que vive e trabalha em Munique e Lisboa. A sua prática baseia-se na utilização de tecnologias para imitar, rearticular ou reimaginar estruturas e sistemas incontestados na sociedade ocidental. Trabalha em projetos a longo prazo impulsionados por cenários parcialmente fictícios. Estes cenários fictícios são frequentemente produzidos a partir de descobertas científicas e documentos históricos referentes a circunstâncias sócio-políticas passadas, presentes ou futuras, que se materializam em instalações, esculturas e trabalhos de vídeo.
Recebeu a Licenciatura em Escultura da FBAUL (2013) e o Diploma em Escultura da ADBK München (2016). Participou no Programa de Estudos Independente na Maumaus – Escola de Artes Visuais em Lisboa (2016).
O seu trabalho foi exposto em numerosas exposições na Europa, Rússia e Uruguai, incluindo as exposições individuais: “A shot in the dark nights of absence” TUM Physics Department Munique 2023, “our water will meet” Walk&Talk Açores 2022, “looking up from underneath” Forum Arte Braga 2021, “Wisdom Warriors” Ruine München – Various Others Munich 2019 e exposições colectivas em instituições tais como: S1 ARTSPACE Reino Unido 2023, arthereistanbul na Turquia 2021, Museu de Serralves no Porto 2019 e Espacio de Arte Contemporáne em Montevideo-Uruguai 2019. Da Cruz é professor assistente na Academia de Belas Artes de Munique desde 2018.

A residência de Diogo da Cruz é uma parceira com o Saltaart.

Artista sonora e intérprete.

Construir ambientes de escuta é o gesto principal que define a prática e pesquisa de Fallon. Com uma compreensão ampla da escuta que abrange a porosidade do toque e a intangibilidade da visão, Fallon mobiliza diferentes relações com nosso ambiente e ideias sociais, inter-relacionais e autorreflexivas. A Zona de Escuta parte momentaneamente do senso comum ao esculpir um espaço sonoro como um “ato comprometido de relação, interação, dentro de seu ecossistema”. Reconfigurando as hierarquias de significado e sentimento, a paisagem sonora se abre e anuncia um espaço coletivo de afeto, fricção e percepção.